segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Catadores protestam contra incineração de resíduos em Porto Alegre

 

Promotores, acadêmicos e lideranças do movimento dos catadores debateram destinação do lixo em Porto Alegre nesta segunda-feira (26) | Por Bernardo Jardim Ribeiro
Samir Oliveira
Antes mesmo de a Prefeitura de Porto Alegre tomar qualquer decisão mais concreta no que diz respeito ao tratamento de resíduos sólidos, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) protesta veementemente contra a possibilidade de o modelo de incineração ser adotado na cidade. Uma audiência pública realizada na noite desta segunda-feira (26) no Ministério Público ouviu promotores, acadêmicos e catadores sobre o tema.
Atualmente, a prefeitura da Capital está analisando cerca de dez propostas colhidas de um edital lançado para a construção de uma Central de Tratamento de Resíduos Sólidos. Hoje, as cerca de 1,8 mil toneladas de lixo recolhidas em Porto Alegre são transportadas em 20 caminhões para um aterro em Minas do Leão, a 120 quilômetros de distância.
O diretor-geral do DMLU, Carlos Vicente Gonçalves, esteve presente na audiência pública, mas não forneceu muitos detalhes sobre o projeto que a prefeitura pretende adotar para a central de tratamento. De acordo com o representante da administração municipal, a intenção é evitar o gasto com as viagens diárias a Minas do Leão e construir uma alternativa mais ambientalmente adequada para a resolução do problema.
“Lixo é dinheiro”, disse diretor-geral do DMLU, Carlos Vicente Gonçalves | Por Bernardo Jardim Ribeiro
A única coisa que está definida pela prefeitura é que a nova tecnologia empregada será posta em prática mediante uma Parceria Público-Privada (PPP). “Lixo é dinheiro. Se não fosse assim, não estaríamos aqui discutindo isso. Se a alternativa encontrada não for economicamente viável, não será realidade”, disse Gonçalves.
No momento, a prefeitura está fazendo auditorias e consultorias técnicas junto a especialista para avaliar as dez propostas recebidas por empresas. Em nenhum momento o diretor-geral do DMLU falou em aceitar a construção de incineradoras de resíduos, mas a alternativa também nunca chegou a ser frontalmente descartada em seu pronunciamento.
No Paraná, população barrou avanço de incineradores
A audiência pública ouviu integrantes do Ministério Público do Trabalho da 9ª Região – que abrange o estado do Paraná, onde há histórico de luta contra a instalação de incineradores de resíduos. Na cidade de Maringá, a população se mobilizou e conseguiu aprovar uma lei que impede a utilização dessa tecnologia no município.
Uma das falas que mais cativou a plateia, majoritariamente composta por catadores, foi a da procuradora do trabalho Margaret Matos De Carvalho, do Paraná. Ela não poupou críticas ao modelo de incineração e lançou uma provocação sobre o processo de escolha em Porto Alegre. “Dizem que o que vai para a incineração são apenas os rejeitos. Desafio a prefeitura de Porto Alegre a lançar um edital que não inclua todos os resíduos para ver se aparece alguma empresa interessada. Corto meu braço se isso acontecer”, provocou, sob forte aplauso da plateia.
Procuradora do Trabalho da 9ª Região, Margeret Matos de Carvalho criticou PPPs para tratamento de lixo | Foto: Nani Gois/Alep
A procuradora disse que a incineração é uma alternativa que empobrece os catadores, pois retira seu material de trabalho, além de ser ambientalmente perigosa. “Não existe nenhum órgão ambiental brasileiro com capacidade de monitorar os gases emitidos pelos incineradores. Eles não podem autorizar esses empreendimentos, sob pena de estarem cometendo um ato de improbidade administrativa”, alertou.
Independentemente da tecnologia escolhida por um gestor, Margaret Matos se mostrou contrária à adoção de parcerias público-privadas para o tratamento do lixo. “As PPPs violam o princípio de que o resíduo sólido é um bem público que deve ser promotor de cidadania. Além disso, as empresas não investem dinheiro do próprio bolso nesses projetos. Pegam empréstimos do BNDES, numa lógica bastante perversa”, criticou.
A procuradora cobra a plena aplicação da lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O projeto foi aprovado em 2010, após 21 anos de tramitação no Congresso Nacional. “A lei determina que os catadores têm prioridade na realização do serviço. Onde houver catadores organizados ou não, o poder público tem a obrigação de contratá-los e estimular sua organização em cooperativas. Gestão compartilhada é remunerar os catadores pelo que eles fazem, não apenas transferir recursos para dizer que há inclusão social”, comparou.
Margaret Matos relatou, ainda, uma visita que fez a uma central de incineração na Europa. “Quando entrei na área, minha garganta automaticamente travou. A visão de uma caldeira é como se fosse o inferno”, concluiu. Ela terminou sua fala citando uma frase utilizada no III Encontro Nacional de Mulheres Catadoras de Materiais Recicláveis: “Deus recicla, o Diabo incinera”.
Modelo de incineração vem sofrendo revés na Europa e nos Estados Unidos
Professor da Universidade Estadual de Maringá, Jorge Villalobos, que integra o observatório ambiental da entidade, esteve na audiência realizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Estudioso do processo de incineração, ele apresentou os riscos que a tecnologia causa ao meio ambiente.
“Incineração não resolve o problema”, disse o professor Jorge Villalobos | Por Bernardo Jardim Ribeiro
“Em Portugal, os incineradores são um problema de saúde pública. Para eles, isso é bastante claro. A incineração não resolve o problema dos resíduos sólidos. É um modelo caro que apenas transforma os resíduos em outras formas – menos visíveis, mas muito perigosas”, explicou, referindo-se à fumaça tóxica lançada pelos incineradores.
De acordo com o especialista, esses detritos são muito pequenos e podem percorrer quilômetros de distância na atmosfera, atingindo as cidades ao redor das usinas de incineração. Nos países europeus, o monitoramento ambiental dessa tecnologia é realizado num raio de dez quilômetros a partir da área onde ela está instalada.
Jorge Villalobos exibiu diversas fotos de protestos recentes contra a incineração de lixo em países europeus. Na França, os ativistas já conseguiram fechar algumas usinas.
O procurador do trabalho da 4ª Região – que abrange o Rio Grande do Sul -, Rogério Uzun Fleischmann, também esteve presente na audiência e comparou a tentativa de instalação de incineradores no Brasil ao caso da Schell, na década de 1970. “Proibida de produzir alguns tipos de pesticidas nos Estados Unidos, a Shell instalou uma fábrica no Brasil para produzir esses produtos na metade dá década de 1970. Se constatou a contaminação de trabalhadores e moradores da região onde estava a fábrica e ela só foi fechada em 2002. São as mesmas acusações em relação à incineração. Dizem que os incineradores estão vindo para o Brasil porque sofrem um revés do movimento ambientalista na Europa”, comparou.
“Não querermos as PPPs”, diz liderança do movimento dos catadores
A audiência realizada pelo Ministério Público para discutir o tratamento do lixo em Porto Alegre optou por deixar por último a fala do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. O evento começou às 18h e se estendeu até as 21h. O público, formado majoritariamente por famílias de catadores – com muitas crianças, inclusive de colo, presentes – já estava impaciente, querendo ouvir o pronunciamento da liderança do movimento. No início do discurso, o representante do MNCR, Alex Cardoso, alfinetou o MP. “É muito fácil para os promotores ficarem aqui até essa hora, pois ganham muito bem para isso. Mas a companheirada que está aqui com seus filhos recebe, muitas vezes, menos de um salário mínimo”, provocou.
Liderança do movimento dos catadores, Alex Cardoso visitou usinas de incineração em outros países e disse que América Latina não pode aceitar esse modelo | Por Bernardo Jardim Ribeiro
Alex elogiou a proposta de realização da audiência pública, já que, segundo ele, “os governos querem implementar novas políticas fugindo do povo”. Seu pronunciamento foi bastante voltado à crítica à Prefeitura de Porto Alegre. “Quando ele (Carlos Vicente Gonçalves, diretor-geral do DMLU) fala, parece que está muito orientado pelos empresários. O governo tem trabalhado para desorganizar os catadores, as associações estão viradas em lixões com paredes”, lamentou. Em seguida, ele se referiu ao representante da prefeitura como “coronel Vicente”. “O coronel Vicente disse que só ele e mais cinco pessoas sabem sobre o sistema de tratamento de resíduos em Porto Alegre”.
Alex Cardoso teve a oportunidade de conhecer os modelos de tratamento de lixo de outros países e visitou usinas de incineração no Peru, na Nicarágua, na França e na Índia. “Me disseram que, em Paris, quem manda no lixo são as empresas, não o poder público. Desde 2009 a União Europeia e os Estados Unidos discutem como acabar com o modelo de incineração. Será que o povo brasileiro e latino-americano vai aceitar mais essa injustiça, mais esse sangue em nossas vidas?”, disse.
O líder do MNCR se posicionou contrário à realização de uma PPP pela prefeitura de Porto Alegre para o tratamento do lixo. “Não queremos as PPPs. Depois de anos com os catadores em cima do lixão, querem fazer uma PPP para dar dinheiro à iniciativa privada? Querem privatizar o sistema?”, questionou.
 http://www.sul21.com.br/jornal/2012/11/catadores-protestam-contra-incineracao-de-residuos-em-audiencia-sobre-lixo-em-porto-alegre/

 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Câmara Interministerial da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO)

Câmara interministerial define plano de trabalho para 2013

Foto: David Alves/MDA

Câmara interministerial define plano de trabalho para 2013
05/12/2012 05:19
Nesta quarta-feira (5), a Câmara Interministerial da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) elaborou um plano de trabalho para o primeiro semestre de 2013, que vai resultar na construção do Plano Nacional de Agroecologia (Planapo).
O encontro foi realizado em Brasília, com a participação de representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA); da Fazenda; do Meio Ambiente; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; da Saúde; da Ciência e Tecnologia; e da Pesca e Aquicultura.
Na reunião, o secretário executivo da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), Selvino Heck, da Secretaria Geral da Presidência da República, apresentou propostas da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Em seguida, foram definidos os grupos de trabalho interministerais (GTs), que construirão as propostas iniciais que serão enviadas para discussão e aprovação na CNAPO.
O secretário nacional da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Valter Bianchini, considera o momento como um marco histórico para o País. "Somamos todas as iniciativas para consolidar esse Plano Nacional que vai estabelecer as ações do governo federal para uma Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que passa pela política de Ater, de crédito, de mercado e de outros eixos e temas (que serão contemplados nos grupos de trabalho)", disse Bianchini, que coordenou a reunião.
Grupos de trabalho Os oito grupos de trabalho, definidos na reunião da Câmara Interministerial, vão elaborar propostas dentro dos seguintes temas: crédito, seguros, preços, subvenção, medidas fiscais e tributárias; compras governamentais e promoção do consumo; pesquisa, inovação científica e tecnológica; assistência técnica e extensão rural; formação profissional e educação; insumos e produtos; mecanismos de controle da transição agroecológica, da produção orgânica, da base agroecológica e sistemas de monitoramento e avaliação; acesso, uso sustentável e regularização ambiental; e gênero e juventude.
Entenda a notícia Em agosto, Decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo). O documento prevê a elaboração de um plano com metas e prazos a serem cumpridos pelo governo federal e determinou elementos como a concessão de crédito, seguro, assistência técnica e pesquisa para ampliar a produção de base agroecológica no Brasil.
Em novembro, foi realizada a 1ª Reunião de Instalação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo). A Comissão possui representantes de 14 órgãos e entidades do executivo federal e 14 entidades representantes da sociedade civil.
No dia 27 de novembro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, assinou portaria que cria a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo), formada pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Meio Ambiente; da Educação; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Fazenda; da Saúde; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Compete à Câmara elaborar proposta do Plano Nacional de Agroecologia (Planapo), articular entidades do Poder Executivo para a implantação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e do Plano, além de interagir e pactuar com instâncias, órgãos estaduais, distritais e municipais sobre a gestão e implementação do Plano.
Objetivo da Pnapo A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) visa integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição agroecológica, da produção orgânica e de base agroecológica, como contribuição para o desenvolvimento sustentável, possibilitando à população a melhoria de qualidade de vida por meio da oferta e consumo de alimentos saudáveis e do uso sustentável dos recursos naturais.
Fonte:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pesquisa do Ipea sobre os Conselhos Nacionais de: Economia Solidária (CONAES), Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF), e Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA).

 O Ipea realizou ao longo do ano passada uma série de pesquisas junto a vários Conselhos Nacionais de políticas públicas no Brasil. O objetivo era verificar a composição desses conselhos e quais eram as principais percepções de seus conselheiros. Um desses conselhos pesquisados foi o Conselho Nacional de Economia Solidária (CONAES).
Segue abaixo o link para acessar o relatório final dessa pesquisa, para aqueles que se interessarem.
 
Durante a 5ª Plenária de Economia Solidária, que ocorrerá aqui em Brasília a partir do próximo domingo, serão distribuídos alguns exemplares impressos desse relatório.
Outros relatórios que podem interessar alguns integrantes dessa lista referem-se ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF),
 
e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), cujos links para acesso seguem abaixo:
 

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Como tornar-se um produtor de alimento orgânico.

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Para tornar-se um produtor de alimento orgânico, seja um produtor convencional ou um novo ingressante na atividade agrícola, visar os princípios e normas orgânicas. Para a procedência correta das etapas iniciais e de continuidade da atividade, levam-se em consideração diferentes grupos de produtores, aquele que deseja ingressar na atividade mas ainda não possuem a terra, aquele que já possui a terra, porém ainda não a explora, e aquele que já é produtor agrícola, porém, convencional.

Ao tratar do primeiro grupo, o interessado, deve buscar o auxilio de pessoas especializadas no assunto para obter orientações sobre localização, aptidão, planejamento da produção, dentre outros aspectos fundamentais a atividade orgânica.
Para aqueles que possuem a terra e ainda não a exploram, depois de encontrar auxílio de especialista, deve-se realizar uma análise da propriedade com foco na produção agroecológica. A avaliação é rápida, de baixo custo e de grande valor de informação.
Já para os produtores convencionais que desejam alterar o sistema de produção convencional para o sistema de produção orgânica, estes devem passar por um período de conversão. As normas e princípios da atividade orgânica devem ser aplicados a todos os aspectos desde o início até o fim do período de conversão.
O processo de conversão de sistemas de produção convencionais para sistemas de produção orgânicos consiste em um longo processo de mudanças em concepções de agricultura, práticas agronômicas e a relação produção, meio ambiente e mercado.
Para que ocorra a total conversão o produtor, além de substituir completamente o uso de insumos químicos, devem-se seguir, também: os princípios de proteção e manejo da fertilidade do solo, manejo da agrobiodiversidade e respeito aos ciclos naturais. Durante esse período, não poderá ser utilizada a menção “Agricultura Orgânica” na comercialização de sua produção e, após adaptação, o produtor pode buscar pela certificação do produto.
As culturas e animais já convertidos não deverão ser alternados do manejo convencional para o manejo orgânico e vice-versa.
Seguindo os passos
Em resumo, para um produtor interessado na atividade orgânica, segue os passos básicos para início da atividade.
PASSO 1 – Levando em consideração aspectos referentes ao ambiente externo e interno do sistema agroecológico, elaborar um Plano Estratégico para a atividade.
PASSO 2 – Buscar por agricultores, associações e demais entidades que já estão inseridos no agronegócio orgânico em sua região, a fim de adquirir informações de aptidão e potencial dos produtos regionais para o mercado, logísticas e formas de iniciar parcerias com os agentes locais.
PASSO 3 – Estratégia comercial para vender antes de produzir, incluindo para quem irá vender e os canais de distribuição que pretende atuar.
PASSO 4 – Elaboração de plano de manejo para a propriedade respeitando as normas nacionais para produtos orgânicos. Este plano será exigido pela entidade certificadora no momento em que o produtor realizar a sua inscrição junto a ela.
PASSO 5 – Inscrição em entidade certificadora, credenciada pelo Mapa.
PASSO 6 – Seguir as normas de produção segundo a entidade certificadora.
PASSO 7 – Definir estratégias de médio a longo prazo e realizar orçamentos anuais controlando custos e prevendo receitas.
PASSO 8 – Criar e manter parcerias, aperfeiçoando as relações com todos os parceiros envolvidos na atividade (produção, distribuição e venda).
Vale ressaltar que, quando comercializados no mercado com o selo, os produtos orgânicos, conquista a confiança do consumidor, pois é garantia de qualidade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O acampamento está para sofrer despejo e buscam apoio da sociedade.


Pessoal. Veja o vídeo sobre o Acampamento Elias Gonçalves de Meura, onde se encontra a Escola Itinerante Carlos Marighella, em Planaltina do Paraná. O acampamento está para sofrer despejo e buscam apoio da sociedade.

Prof. Elias Canuto Brandão
Coordenador do Coletivo de Estudos e Educação em Direitos Humanos (CEEDH)
Maringá - PR

Avante! A Juventude e a Revolução Democrática: A juventude no centro da Revolução Democrática

Avante! A Juventude e a Revolução Democrática: A juventude no centro da Revolução Democrática:

A juventude no centro da Revolução Democrática

Esse contexto de crise de civilização e de um mundo em grandes mudanças, tem impacto decisivo sobre a juventude. O fato é que com o desenvolvimento da sociedade capitalista, o avanço da acumulação do capital gerou uma crise estrutural no mundo de trabalho, que tem sido incapaz de dar condições dignas às pessoas e principalmente de inserir as novas gerações. Com o agravamento da crise, os/as jovens são os primeiros a perder o emprego e a se pauperizar.

Não é coincidência o fato de serem os/as jovens os/as protagonistas de grandes mobilizações nos países e regiões onde o neoliberalismo produz seus efeitos mais perversos. É assim no caso das grandes mobilizações na Grécia, Espanha e Inglaterra e também na Primavera Árabe. Em nosso continente, chama atenção as grandes passeatas de estudantes no Chile, país símbolo do sucesso neoliberal. Isto é, não é a “natureza revolucionária” da juventude que a coloca no front das trincheiras da resistência popular, mas é a sua condição de segmento mais vulnerável diante das mazelas do capitalismo.

No caso da juventude brasileira, não é verdade a sentença de que está apática. Pelo contrário, os e as jovens têm estado presentes em diversos momentos da vida política do país. No entanto, dois elementos, apesar de evidentes, são fundamentais para compreender as formas de luta da juventude do nosso tempo: Os tempos e a juventude mudaram.

Vivemos uma fase de construção de hegemonia, sob um governo disputado pela agenda democrática e popular, de um lado, e agenda mercantil de outro, mas que conseguiu nos últimos anos traduzir parte dos anseios libertários de uma geração em conquistas importantes. Se isso não esgota as pautas populares, arrefece a pujança dos movimentos e impõe a necessidade de um novo ascenso a partir de novas agendas.

Os últimos anos foram de vitórias concretas e importantes para a juventude com a ampliação do emprego formal e da proteção social, das vagas na educação técnica e superior. Vivenciamos uma série de conquistas com a construção da Política Nacional de Juventude (Lei 11.129/2005), com a criação da Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude, da execução do PROJOVEM e de políticas universais em várias áreas. Nos últimos anos, muitos foram os avanços no tema com a criação de conselhos e órgãos de gestão em inúmeros municípios e Estados brasileiros; com a aprovação da Emenda Constitucional 65 que introduziu a terminologia “Juventude” na Constituição Federal; com a realização de três edições do Encontro Nacional de Conselhos; e com a organização do Pacto da Juventude.

Com as conquistas obtidas até aqui, a juventude pode ser reconhecida como um sujeito de direitos. A juventude brasileira tem ampliado as suas formas de organização e expressão pública, se utilizando de novas linguagens e diversificando as pautas políticas. As políticas sociais do governo Lula promoveram a inclusão de um grande contingente de jovens, que agora, depois de garantido condições básicas de sobrevivência, têm mais possibilidades de participar da vida política e social.

Com isso, a construção de um programa de Revolução Democrática exigirá que a juventude seja incorporada com uma dimensão estratégica para o seu avanço, por três razões: o contexto de bônus demográfico vivido pelo país, o caráter juvenil da “nova” classe trabalhadora e o perfil de vanguarda da juventude brasileira. A juventude brasileira tem o potencial para ser a força motriz do aprofundamento das transformações vividas pelo país.

Os governos Lula e, agora, o governo Dilma estão produzindo um fortalecimento estrutural da classe trabalhadora no Brasil, de significado e perspectivas ainda mais profundas que aquelas bases sociais nos quais se formou o chamado “novo sindicalismo” e o próprio PT. Apenas nos oito anos de governo Lula, foram criados 15 milhões de postos de trabalho formalizados. Esta nova classe trabalhadora, formada em ambiente de direitos democráticos, mais escolarizada, potencialmente mais feminista e mais anti-racista, representa a base social da hegemonia política das esquerdas brasileiras e é composta expressivamente por jovens. Essa leitura é complementar a renovação da pirâmide etária brasileira. Atualmente, 52 milhões de brasileiros/as são jovens (cerca de ¼ da população).

O enfraquecimento do liberalismo no Brasil, de sua capacidade hegemônica, não autoriza as previsões pessimistas de que estes novos setores sociais, tratados com superficialidade como “a nova classe C”, por seus padrões de consumo, tendem a ter uma consciência conservadora. Pelo contrário, eles estão potencialmente disponíveis e abertos a uma evolução socialista de seus valores e de voto à esquerda.

Recentemente a pesquisa “Sonho Brasileiro”, apontou uma sintonia dessa realidade social com as opiniões, vontades e sonhos dos/as jovens brasileiros/as. Alguns dados são importantes para confirmar as mudanças materiais e subjetivas produzidas nos últimos anos e que devem ser reinvindicadas pelo partido: 64% dos/as jovens são das classes C (47%) e D/E (17%); 60% trabalham; 36% vivem em família com renda per capta de até 2 salários minímos, 20% até 3 s.m., e 19% até 5 s.m..

Além disso, os/as jovens brasileiros são críticos e essencialmente contrários aos valores neoliberais. Essa é uma conclusão fundamental, pois a nossa geração foi criada sob a hegemonia dos valores individualistas, avessa aos projetos coletivos. Se do ponto de vista material, a juventude é o segmento mais vulnerável à exploração, do ponto de vista subjetivo ela tem se colocado historicamente à frente do seu tempo.

Mais da metade dos/as jovens estão conectados com discursos coletivos, ainda que em seu cotidiano não tenham tido experiência efetivas. Os sonhos da juventude brasileira estão vinculadas aos desafios do país. Nesse aspecto, inclusive, ao contrário de há 10 anos, a juventude brasileira quando comparada as juventudes de outros países é a mais otimista com relação ao futuro. A maior parte das preocupações dos/as jovens se concentram em áreas sociais e com alcance transformador: 10% sonham com mais emprego, 10% com mais igualdade, 8% com mais educação, 8% com o fim da miséria, entre outros.

No entanto, a característica fundamental da nossa juventude é o realismo. Os sonhos coletivos não estão desvinculados das realizações individuais. Isso está longe de representar um egoísmo, mas quer dizer que a mobilização da juventude deve contemplar as preocupações mais imediatas vinculadas às demandas mais estratégicas.

Nesse sentido, é preciso encararmos mais decisivamente os desafios de dialogar com esses/as novos/as atores/atrizes sociais, transformando-os em sujeitos políticos da Revolução Democrática, e de construir agendas que mobilizem o conjunto da sociedade em tempos de felicidade.

Isso significa dizer que se queremos conquistar os corações e mentes desses e dessas jovens, ou seja, transformar essa maioria social que sustenta o nosso projeto (a presidenta Dilma foi majoritária entre os jovens) em uma maioria política organizada, precisamos: construir uma nova gramática do socialismo, que seja capaz de traduzir a força histórica do nosso projeto e articulá-lo com os sentimentos de justiça social e esperança da juventude; e criar, fortalecer e democratizar espaços que permitam aos e às jovens expressarem as suas lutas e construírem as suas vitórias cotidianas.

Collor a Odair: e o crime do Gurgel e o coito na Veja ? | Conversa Afiada

Nível do mar sobe 60% mais rápido do que estimou o IPCC, diz estudo

A elevação do nível do mar provocada pelo aumento da temperatura do planeta estaria mais acelerada que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo publicado nesta quarta-feira (28) no periódico científico "Environmental Research Letters".

Segundo a investigação feita por cientistas da Alemanha, França e Estados Unidos, atualmente o nível dos oceanos subiu 3,2 mm ao ano, 60% mais rápido que a projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007. O relatório dos cientistas, baseado em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano.
A nova cifra condiz com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação das águas do mar em até um metro até o fim do século, disse Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, um dos autores do estudo. "Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas a respeito", explica Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos. Isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
Ainda segundo o pesquisador, em grandes cidades costeiras, como Nova York, o principal efeito seria parecido com o que aconteceu após a passagem do furacão Sandy, que atingiu a região no fim de outubro.
Apesar da pesquisa, incerteza técnica persiste - O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
Este relatório alertou os governos a colocarem a mudança climática no topo de suas agendas, culminando com a fracassada Cúpula de Copenhague, em 2009. No entanto, ajudou o IPCC a conquistar o prêmio Nobel da Paz em 2008.
A nova pesquisa estabeleceu marcos mais elevados para a previsão do documento sobre temperatura global, destacando que havia "um consenso muito bom" do que está se observando hoje, uma tendência de aquecimento generalizada de 0,16 ºC por década. Mas destacou que a projeção do IPCC para os níveis dos mares estava muito abaixo do que os fatos têm demonstrado.
A previsão do painel para o futuro - uma elevação de até 59 cm até 2100 - "pode também estar tendenciosamente baixa", alertou, uma cautela compartilhada por outros estudos publicados nos últimos anos. Foster afirma que a elevação maior do que a projetada poderia ser atribuída ao derretimento de gelo terrestre, algo que era bem desconhecido quando o IPCC publicou seu relatório e permanece obscuro até hoje.
Outro fator seria a incerteza técnica. A projeção do IPCC tinha se baseado em informações existentes entre 1999 e 2003. Desde então não há mais dados, o que tem ajudado a provar a precisão de radares de satélites que medem os níveis dos mares ao fazer saltar as ondas de radar sobre a superfície do mar. O quinto relatório de avaliação do IPCC será publicado em três volumes, em setembro de 2013, março e abril de 2014. (Fonte: Globo Natureza)
Data da notícia: 29/11/2012 - 00:01:48
Última modificação: 28/11/2012 - 21:21:32
 

Esta página foi importada de Ambientebrasil - Notícias [ http://noticias.ambientebrasil.com.br/?p=89315 ]
Data da exportação: 29/11/2012 - 10:19:47
 

domingo, 25 de novembro de 2012

Agrosoft Brasil :: Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica

Agrosoft Brasil :: Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
Foi instalada no dia 20 de novembro de 2012, a comissão que vai elaborar a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. A ideia é incentivar e ampliar a produção de alimentos orgânicos e assim preservar o solo, a água, e os demais recursos naturais. O grupo é formado por representantes do governo e da sociedade civil. 20/11/12 - TV NBR - 2:54



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Oficina sobre fundos solidários é realizada em Maringá!

Nos dias 20 e 21 de novembro de 2012, nas dependência do Núcleo Social Papa João XVIII, foi realizada uma oficina sobre o Programa FUNDOS SOLIDARIOS - REGIÃO SUL, da Região Nororeste do Paraná.
O evento teve participação das entidades e movimentos que atuam na construção da Economia Solidária como: Aras/Caritas Maringá; Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Estadual de Marigá; Centro Social Marista; Escola Milton Santos de Agroecologia - ATEMIS, Associação Agroecologica Vale Vida entre outras que estavam atentas a realização da oficina mas que não puderam estar presentes.
Na ocasião, fortaleceu-se a necessidade da reorganização do Fórum Regional Noroeste de Ecosol e o encaminamento de novas articulações integradas pelas entidades e organizações, com o objetivo de fortalecer iniciativas e constituição de novos fundos solidários locais e setoriais.
Os fundos solidários são uma ferramenta metodológica para a organização das finanças (monetárias ou não) dos empreendimentos e das ações da e na economia solidária. Existem no Brasil, em Maringá e na região noroeste uma rica experiência de Fundos Solidários, no entanto, elas ainda não estão "sistematizadas" e "tipificadas", cada experiência tem uma forma de gestão e uma construção das parerias sociais nas suas localidades e com métodos organizativos diferentes, cada um com sua riqueza de detalhes e todas com boas referências e métodos de gestão.
A oficina ofereceu a todos os presentes uma melhor compreensão sobre a força e a importância de intrumentos como os fundos solidários, que auxiliam na organização e crescimento das comunidades que caminham para a construção da sua autonomia.
PROJETO FUNDOS SOLIDARIOS - REGIÃO SUL
Na região Sul existem várias experiências com Fundos Solidários, algumas já com duas décadas de apoio a grupos comunitários, com objetivo de fomentar alternativas de trabalho e renda associativas e solidárias. Para uns estes Fundos Solidários também são conhecidos como Fundos de Pequenos ou MiniProjetos e para outros são conhecidos como Projetos Comunitários Alternativos. Os projetos destes fundos solidários foram e continuam sendo determinantes na constituição e viabilização de empreendimentos econômicos solidários. Isto justifica a importância de mapear estas experiências para conhecê-las e divulgá-las melhor e para organizar informações que vão subsidiar a proposição de uma política pública para Fundos Solidários e para constituir uma Rede dos Fundos Solidários.
Os Fundos Solidários (FS) ou Fundos Rotativos Solidários (FRS), no âmbito das propostas para as políticas de fomento à Economia Solidária, constituem uma metodologia de apoio ou de recursos financeiros ou de meios de produção, ou de serviços às atividades produtivas de caráter associativo, mediante compromissos devolutivos voluntários, considerando formas flexíveis de retorno monetário ou de equivalência por produtos ou serviços, ou ainda sem retorno, dirigidos para o atendimento de comunidades ou grupos associativos produtivos que adotam princípios de gestão compartilhada e convivência solidária.

Os fundos solidários não estão cadastrados como pessoas jurídicas próprias (não tem CNPJ) e podem ser organizados e geridos por entidades de apoio da sociedade civil, ou por associações dos próprios beneficiários de fundos solidários.
O Projeto Fundos Solidários é um Projeto Nacional que já está em execução nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste e tem como objetivos constituir e fortalecer uma rede e uma política pública de Fundos Solidários. A partir dos mapeamentos regionais será organizado um Cadastro Nacional de Fundos Solidários, que vão constituir a Rede Nacional de Fundos Solidários que fará o diálogo com os governos para a ampliação e fortalecimento dos FS com o apoio de políticas públicas.
O projeto Fundos Solidários da Região Sul, visa mapear e debater a realidade dos Fundos Solidários na Região Sul do Brasil, sistematizar as suas linhas de ação e metodologias de gestão, analisar os seus resultados com prioridade para geração de trabalho e renda e fortalecimento de empreendimentos solidários e sustentáveis. Objetiva também capacitar lideranças sobre a gestão de fundos rotativos solidários e debater e propor a articulação das ações dos fundos solidários em rede estadual, regional e nacional.
Este projeto se desenvolverá a partir de quatro objetivos específicos. 1) Pesquisar experiências de Fundo Solidário na região sul para levantamento de informações e análise de impactos, com objetivo de prospectar demandas para o fomento de novas experiências de finanças solidárias 2) Conhecer o histórico de projetos apoiados pelos Fundos Solidários, analisar seus resultados, com ênfase na melhoria de renda dos seus integrantes e as suas perspectivas de inserção em dinâmicas de desenvolvimento local. 3) Produzir material pedagógico para informar e capacitar lideranças comunitárias para a gestão de Fundos Rotativos Solidários. 4) Debater e construir proposições para políticas públicas de apoio a Fundos Rotativos Solidários. Este Projeto não prevê o repasse de recursos financeiros para Fundos Solidários.
Este projeto abrange a região sul do país, compreendidos os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Seu prazo de execução está previsto para 18 meses. As entidades que participaram do I Encontro do Conselho Gestor do FS-Sul são:
·AVESOL - Associação do Voluntariado e da Solidariedade

·CARITAS Regional Rio Grande do Sul.
·CARITAS Regional Santa Catarina

·FLD - Fundação Luterana de Diaconia RS
·CARITAS Diocesana de Ponta Grossa

·Representante do Fórum Estadual de Economia Solidária do Paraná

 Estes parceiros compõem o Conselho Gestor (CG) do Projeto, que tem como atribuições: acompanhar e monitorar as ações do projeto; identificar experiências de Fundos Solidários em seus respectivos estados para o mapeamento que será realizado pelo projeto; auxiliar na construção dos referenciais teórico-metodológicos do projeto; participar da construção de uma agenda política nos estados, para identificar potenciais parceiros para ampliação de Fundos Solidários na região sul e nos estados.

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PUBLICAÇÕES



Cartilha "Cordel do Fundo Solidário", elaborada pela Fundação Esquel, patrocinada pelo Banco do Nordeste.

"No semiárido brasileiro, as famílias agricultoras desenvolveram uma importante forma de organização social do trabalho agrícola baseada nas relações de reciprocidade e solidariedade, mobilizando membros de várias famílias: vizinhos, parentes, compadres ou até mesmo o conjunto de toda a comunidade. Esse modo de vida se traduz em práticas espontâneas, muitas vezes voltadas para o compartilhamento de alimentos, sementes, água e outros recursos materiais ou simbólicos para apoiar uma jovem família ou aquela mais necessitada. ou, ainda, as relações de ajuda mútua são realizadas para a promoção de melhorias das condições de vida de toda a comunidade (...)"

-- Equipe executiva do Projeto Fundos Solidários Região Sul
José Konzen, Talita Eger, Miéle Ribeiro

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Oficina Fundos Solidários da Região Nororeste do Paraná - Data: 20 e 21 de Novembro de 2012.


Oficina Fundos Solidários da Região Nororeste do Paraná
Data: 20 e 21 de Novembro de 2012.
Local: NÚCLEO SOCIAL PAPA JOÃO XXIII - Avenida São Vicente de Paulo, n° 66.
Bairro: Jd. São Jorge. -
Maringá - Paraná

Horário/Atividade
Dia 20/11/12 (terça)
Dia 21/10/12 (quarta)
9h
 
 
 
 
 
 
 
Coffee Breack 10h30min –
10h 45min-
- Abertura – Mística
- Dinâmica de apresentação pessoal e expectativas com oficina
- Breve apresentação sobre o projeto de Finanças Solidárias – Região Sul (projeto e mapeamento)
- Apresentação Núcleo Papa João XXIII – 10 min
- Apresentação Cáritas Maringá – 10 min
- Apresentação Cáritas Apucarana – 10 min
- Economia Solidária e economia capitalista
- Abertura
- Retomada constituição do fundo
- Principais questões entre fundo solidário e fundo rotativo solidário
- Questões burocráticas
 
12h- 13h30min
 
Intervalo de almoço
Intervalo de almoço
 
13h30min
às 17h30min
 
 
 
Coffee Breack
15h30min – 15h45min
 
- Introdução a cartilha dos Fundos Solidários
-Economia Solidária e Finanças Solidárias
- DVD Cordel e debate
- Tipologia dos fundos da região sul
- Conceitos de Fundos Solidários
- Dinâmica – Jogo é ou não é
- Aplicação prática sobre fundo solidário
- Fechamento
 
- Debate sobre temáticas trabalhadas (esclarecimentos)
- Avaliação da atividade prática
- Avaliação geral escrita e oral
- Lá no fundo eu desejo
- Fechamento
 
 
Lista de Participação!
Entidade/Fundo
Número de Participantes
Caritas Apucarana
2
Aras/Caritas Maringá
2
Centro Social Marista
2
Núcleo de Agroecologia da UEM/CERAUP
3
Escola Milton Santos
1
COPAVI/COOPERIVAÍ/Unitrabalho
2
Associação Vale Vida
3
Núcleo Social Papa João XVIII
3
Fórum Regional Noroeste de Ecosol
2
TOTAL
20
 
PROJETO FUNDOS SOLIDARIOS - REGIÃO SUL
                 O CAMP – Centro de Assessoria Multiprofissional - está executando o Projeto: Fundos Solidários na Região Sul, fruto de uma seleção Pública e do CONVÊNIO SENAES/MTE - CAMP  Nº:749630/2010.
Na região Sul existem várias experiências com Fundos Solidários, algumas já com duas décadas de apoio a grupos comunitários, com objetivo de fomentar alternativas de trabalho e renda associativas e solidárias. Para uns estes Fundos Solidários também são conhecidos como Fundos de Pequenos ou MiniProjetos e para outros são conhecidos como Projetos Comunitários Alternativos. Os projetos destes fundos solidários foram e continuam sendo determinantes na constituição e viabilização de empreendimentos econômicos solidários. Isto justifica a importância de mapear estas experiências para conhecê-las e divulgá-las melhor e para organizar informações que vão subsidiar a proposição de uma política pública para Fundos Solidários e para constituir uma Rede dos Fundos Solidários.
Os Fundos Solidários (FS) ou Fundos Rotativos Solidários (FRS), no âmbito das propostas para as políticas de fomento à Economia Solidária, constituem uma metodologia de apoio ou de recursos financeiros ou de meios de produção, ou de serviços às atividades produtivas de caráter associativo, mediante compromissos devolutivos voluntários, considerando formas flexíveis de retorno monetário ou de equivalência por produtos ou serviços, ou ainda sem retorno, dirigidos para o atendimento de comunidades ou grupos associativos produtivos que adotam princípios de gestão compartilhada e convivência solidária.
Os fundos solidários não estão cadastrados como pessoas jurídicas próprias (não tem CNPJ) e podem ser organizados e geridos por entidades de apoio da sociedade civil, ou por associações dos próprios beneficiários de fundos solidários.
O Projeto Fundos Solidários é um Projeto Nacional que já está em execução nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste e tem como objetivos constituir e fortalecer  uma rede e uma política pública de Fundos Solidários. A partir dos mapeamentos regionais será organizado um Cadastro Nacional de Fundos Solidários, que vão constituir a Rede Nacional de Fundos Solidários que fará o diálogo com os governos para a ampliação e fortalecimento dos FS com o apoio de políticas públicas.
O projeto Fundos Solidários da Região Sul, visa mapear e debater a realidade dos Fundos Solidários na Região Sul do Brasil, sistematizar as suas linhas de ação e metodologias de gestão, analisar os seus resultados com prioridade para geração de trabalho e renda e fortalecimento de empreendimentos solidários e sustentáveis. Objetiva também capacitar lideranças sobre a gestão de fundos rotativos solidários e debater e propor a articulação das ações dos fundos solidários em rede estadual, regional e nacional.
Este projeto se desenvolverá a partir de quatro objetivos específicos. 1) Pesquisar experiências de Fundo Solidário na região sul para levantamento de informações e análise de impactos, com objetivo de prospectar demandas para o fomento de novas experiências de finanças solidárias 2) Conhecer o histórico de projetos apoiados pelos Fundos Solidários, analisar seus resultados, com ênfase na melhoria de renda dos seus integrantes e as suas perspectivas de inserção em dinâmicas de desenvolvimento local. 3) Produzir material pedagógico para informar e capacitar lideranças comunitárias para a gestão de Fundos Rotativos Solidários. 4)  Debater e construir proposições para políticas públicas de apoio a Fundos Rotativos Solidários.  Este Projeto não prevê o repasse de recursos financeiros para Fundos Solidários.
Este projeto abrangerá a região sul do país, compreendidos os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Seu prazo de execução está previsto para 18 meses. As entidades que participaram do I Encontro do Conselho Gestor do FS-Sul são:    
·         AVESOL - Associação do Voluntariado e da Solidariedade 
·         CARITAS Regional Rio Grande do Sul.
·         CARITAS Regional Santa Catarina
·         FLD - Fundação Luterana de Diaconia RS
·         CARITAS Diocesana de Ponta Grossa
·         Representante do Fórum Estadual de Economia Solidária do Paraná
Estes parceiros compõem o Conselho Gestor (CG) do Projeto, que tem como atribuições: acompanhar e monitorar as ações do projeto; identificar experiências de Fundos Solidários em seus respectivos estados para o mapeamento que será realizado pelo projeto; auxiliar na construção dos referenciais teórico-metodológicos do projeto; participar da construção de uma agenda política nos estados, para identificar potenciais parceiros para ampliação de Fundos Solidários na região sul e nos estados.            
A Equipe Executiva do Projeto FS-Sul é composta por José Inácio Konzen (Coordenador), Claudio Nascimento e Janete Schubert, como pesquisadores e educadores.
Estamos enviando junto com esta carta um instrumento para identificação das experiências com Fundos Solidários (formais ou não formais) para participar do projeto.  O preenchimento e envio deste instrumento por parte de cada Fundo Solidário o habilitará a participar das atividades do Projeto FS-Sul.
Neste sentido, solicitamos a sua contribuição para identificar experiências de Fundos Solidários. As informações devem ser enviadas para o e-mail: fundossolidariosregiaosul@yahoogrupos.com.br, ou por correio para: CAMP – Centro de Assessoria Multiprofissional – Projeto Fundos Solidários,  Praça Pereira Parobé, nº 130 – 9 º andar. Centro. CEP: 90030-170. Fone: (51) 3212-6511 / (51) 98052838 (José Inácio).
 











Cartilha "Cordel do Fundo Solidário", elaborada pela Fundação Esquel, patrocinada pelo Banco do Nordeste.

"No semiárido brasileiro, as famílias agricultoras desenvolveram uma importante forma de organização social do trabalho agrícola baseada nas relações de reciprocidade e solidariedade, mobilizando membros de várias famílias: vizinhos, parentes, compadres ou até mesmo o conjunto de toda a comunidade. Esse modo de vida se traduz em práticas espontâneas, muitas vezes voltadas para o compartilhamento de alimentos, sementes, água e outros recursos materiais ou simbólicos para apoiar uma jovem família ou aquela mais necessitada. ou, ainda, as relações de ajuda mútua são realizadas para a promoção de melhorias das condições de vida de toda a comunidade (...)"
José Inácio Konzen
Coordenador do Projeto Fundos Solidários Região Sul